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Dona Dora 

Luciano Pires*

Eu era o Lucianinho. Tinha oito ou dez anos. Em pé na cozinha, com os olhos esbugalhados, assistia Dona Dora que lidava com um prato de louça sobre a pia. No centro do prato, um pouco de água e azeite. Dona Dora ia rezando baixinho enquanto cortava a gota de azeite em duas, depois em quatro partes... E fazia um sinal da cruz com a faca em frente à minha testa, enquanto murmurava algo que jamais entendi. A mãe de minha mãe, minha Vó Dora, estava me benzendo. Dizia que estava tirando um quebranto, um mau olhado... Essa é a imagem mais forte que tenho de minha Vó Dora, além do bombom Sonho de Valsa que sempre me esperava e do jeitinho de conversar como se estivesse me chamando pra confidenciar num cantinho...

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