Dr. Paulo

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Incontinência Urinária

 

As incontinências, com destaque para a urinária, são doenças bastante prevalentes com a idade. Podendo ser definida como a perda involuntário de urina.

Estima-se que acima dos 75 anos 3 em cada 10 mulheres e 4 em cada 10 homens sofra de algum tipo de incontinência urinária. Apesar de sua importância, este tema não recebe a devida atenção.

Deve-se entender que trata-se de uma importante causa de institucionalizações e de um fator de risco importante para depressão e para quedas (outro grande tema em geriatria).

 

 

 

Visualiza-se melhor todo o cenário pensando-se que, uma pessoa que tem incontinência, não que sair de casa. Ela frequentemente está com odor de urina e as pessoas evitam sua proximidade (isolamento, depressão). Tendo que frequentemente correr ao banheiro e nem sempre chegando a tempo, desenvolve uma grande chance de cair e ter lesões físicas e traumas psicológicos graves.

Em suma, uma pessoa com este problema, sofre uma piora de qualidade de vida nos mais diversos aspectos:

- social: isolamento e atividades que se restringem a proximidade e disponibilidade de um toalete

- psicológico: medo e ansiedade, diminuição da auto estima e depressão

- físico: mau cheiro, desconforto e quedas

- sexual: apreensão e prevenção de um contato íntimo (predispondo ainda mais ao isolamento)

-ocupacional: faltas ao trabalho e uma menor produtividade.

Existem vários tipos e causas (reversíveis e irreversíveis) de incontinência urinária mas algo muito importante a ser dito é que todas as formas de incontinência são controláveis desde que se tenha a mobilidade e a capacidade de raciocínio minimamente preservadas. Da mobilidade depende-se para chegar ao banheiro e, da intelectualidade depende-se para reconhecer e saber onde está e o que fazer no banheiro. Pode parecer algo óbvio mas nada fica fácil quando alguém tem um doença neurológica que afeta a forma de raciocinar (como o Alzheimer, por exemplo).

Dessa forma, chamo a atenção para alguns sinais que fogem do padrão de normalidade. Ir mais do que 8 vezes ao dia ao banheiro. Levantar-se mais do que 1 vez a noite para urinar. Ter necessidade constante e/ou urgente de ir ao banheiro e frequentemente eliminar um pequeno volume, apenas. Perda de urina involuntariamente ao levantar-se, tossir, dar risada ou elevar a pressão abdominal.

A avaliação e tratamento de cada tipo (frequentemente mais do que um) de incontinência deve ser direcionada e individualizada para cada paciente e exigirá graus variados de complexidade.

Se algo nessa conversa lhe chamou a atenção, não deixe de procurar assistência. Você pode ter um grande ganho em qualidade de vida.

Dr. Paulo Camiz

Dr. Paulo Camiz é Geriatra e Professor de Clínica Geral pelo hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, membro da American college of Physicians (Sociedade Americana de Clínica Médica) e membro da American Geriatrics Societey (Sociedade Americana de Geriatria).

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