Osteoporose

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Osteoporose e fraturas por compressão na coluna em idosos

Neste ano, o Dia Mundial da Osteoporose, 20 de outubro, tem como objetivo central alertar a população a respeito da gravidade de sofrer uma segunda fratura decorrente da osteoporose.

 

 

O risco de desenvolvimento de osteoporose e fraturas por fragilidade é determinado por um grande úmero de fatores, alguns dos quais podem ser alterados (exercícios físicos, nutrição e tabagismo), enquanto outros não podem ser alterados (histórico familiar, idade, menopausa e doenças como a artrite reumatoide).

 

Osteoporose e fraturas por compressão

 

A osteoporose é uma diminuição da massa óssea, mais frequentemente observada nas mulheres no período pós-menopausa. Trata-se uma diminuição não só dos componentes minerais, tal como cálcio e fósforo, mas também no que se denomina o componente orgânico, tal como a proteína do osso.

 

“A prevenção da osteoporose e de suas complicações subsequentes pode prevenir muitos dos problemas de coluna na terceira idade. A manutenção de um bom grau de condicionamento físico e de força muscular, bem como a prevenção e / ou o tratamento da osteoporose é essencial na gestão das mudanças inevitáveis na coluna que ocorrem com o processo de envelhecimento”, explica o neurocirurgião Cezar Augusto Oliveira (CRM-SP 123.161).

 

De acordo com dados da Fundação Internacional de Osteoporose (IOF), cerca de 15-20 milhões de pessoas têm osteoporose e mais de um meio milhão sofrem fraturas de coluna vertebral devido à osteoporose a cada ano. “Estas fraturas podem ocorrer com um mínimo de trauma ou nenhum trauma. Quem tem osteoporose pode fraturar um osso simplesmente tossindo, espirrando ou mudando de posição bruscamente. A osteoporose grave pode causar fraturas por compressão na coluna, assim como pode causar fraturas nos pulsos e quadris. Fraturas por compressão usualmente resultam em incapacitação prolongada”, afirma o neurocirurgião.

 

 

 

Fique atento aos perigos das fraturas

 

1. Em todo o mundo, pelo menos uma, em cada três mulheres, e um, em cada cinco homens acima dos 50 anos, sofrerá uma fratura causada pela doença;

 

2. As fraturas resultam em debilidade, dor e perda da qualidade de vida;

 

3. 33% dos adultos idosos que sofrem uma fratura de quadril tornam-se deficientes e perdem a capacidade de viver com independência, um ano após a fratura;

 

4. Pelo menos um em cada cinco irá morrer em consequência de uma nova fratura no ano seguinte;

 

5. Fraturas vertebrais podem causar dor extrema, deficiência a longo ou curto prazo, corcunda e perda significativa da qualidade de vida;

 

6. Sem tratamento, o risco de sofrer múltiplas fraturas é muito alto.

 

FONTE: Fundação Internacional de Osteoporose (IOF)

 

 

 

Fraturas por compressão e dores na coluna

 

A dor nas costas é o sintoma mais comum das fraturas por compressão, raios-x podem mostrar fraturas em cunha ou compressão das vértebras. Uma ressonância magnética e/ou uma tomografia computadorizada também pode ser necessária para avaliar melhor estas fraturas.

 

“É muito importante confirmar o diagnóstico de osteoporose porque sintomas semelhantes ocorrem em outras condições, tais como infecções, outras doenças ósseas metabólicas e tumores ósseos benignos ou malignos. A extensão da osteoporose pode apenas ser estimada por meio de uma radiografia simples, mas deve ser confirmada por meio de testes específicos de densidade óssea”, diz Oliveira.

 

A maior parte das fraturas da coluna vertebral devido à osteoporose é tratada com sucesso apenas com medicamento para controlar a dor, mas a osteoporose subjacente também deve ser tratada, uma vez que é a verdadeira causa do problema. “Além de medicamentos, outros dispositivos, tais como coletes podem ajudam a controlar a dor e impedir que a deformidade se agrave. Apesar das órteses normalmente não corrigirem as fraturas ósseas, elas dão suporte à coluna vertebral e podem diminuir os espasmos musculares secundários”, explica o médico, que também é membro da  Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.

 

Em alguns casos de fraturas por compressão, uma cirurgia de coluna pode ser necessária para controlar a dor, melhorar a deformidade ou descomprimir as raízes dos nervos e/ou da medula espinhal. Novas técnicas para tratar as dores das fraturas por compressão incluem a vertebroplastia e a cifoplastia.

 

“A vertebroplastia é um procedimento minimamente invasivo projetado para aliviar as dores das fraturas por compressão. Além de aliviar a dor, os corpos vertebrais que estão enfraquecidos, mas ainda não estão fraturados, podem ser fortalecidos, prevenindo problemas futuros”, explica o médico.

 

A cifoplastia é outro tratamento promissor para pacientes imobilizados devido à dor causada pelas fraturas por compressão do corpo vertebral associadas à osteoporose. “Assim como a vertebroplastia, a cifoplastia também é um procedimento minimamente invasivo que pode aliviar em até 90% dos casos as dores causadas pelas fraturas por compressão. Além de aliviar a dor, a cifoplastia também pode estabilizar a fratura, recuperar a altura e reduzir deformidades”, diz Cezar Oliveira.

 

Quadro comparativo entre vertebroplastia e cifoplastia

 

Vertebroplastia

 

Cifoplastia

 

Sob anestesia geral, uma agulha especial é inserida através do tecido macio das costas. Uma pequena quantidade de cimento ortopédico, chamado de polimetilmetacrílico (PMMA), é empurrada através da agulha para o corpo vertebral. O cimento é misturado com um antibiótico para reduzir o risco de infecções e com um pó de barium ou tantalum, que permite sua visualização nos raios X. O cimento é como uma pasta espessa quando é injetado, mas endurece rapidamente. Normalmente é injetado em ambos os lados, direito e esquerdo do corpo vertebral, quase no meio da coluna. Os pacientes já levantam e se movimentam em algumas horas. A maioria vai para casa no mesmo dia.

 

Sob anestesia local ou geral, e utilizando imagens de raios X como referência, são feitas duas incisões pequenas e uma sonda é posicionada no espaço vertebral onde está a fratura. O osso é perfurado e um balão é inserido em cada lado. Esses balões são inflados com líquido de contraste (para que sejam visíveis nos raios X de referência) até que se expandam e atinjam a altura desejada, sendo então removidos, posteriormente. Os espaços criados pelos balões são preenchidos com PMMA, o mesmo cimento ortopédico usado na vertebroplastia, unindo a fratura. O cimento endurece rapidamente, proporcionando força e estabilidade para as vértebras, recuperando a altura e aliviando a dor.

 

FONTE: Neurocirurgião Cezar Oliveira